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Conheça as principais fraudes em teleconsultas e saiba como evitá-las

8 de fevereiro de 2023

Desde a regulamentação da telemedicina no Brasil, em maio de 2022 com a publicação da Resolução CFM nº 2.314 pelo Conselho Federal de Medicina (CRM), a modalidade de atendimento vem se consolidando no país. De acordo com um levantamento realizado em dezembro de 2022 pelo Centro de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic), consultas online foram feitas por 33% dos médicos e 26% dos enfermeiros ao longo do ano, enquanto 68% dos médicos e 51% dos enfermeiros disseram utilizar prescrição eletrônica.

A popularização da prática da telemedicina, no entanto, acende também um sinal de alerta para ataques cibernéticos, desde violação e roubo de dados até fraudes em teleconsultas. O relatório “Cost of a Data Breach Report 2021”, publicado pela IBM, demonstra que o custo médio total por violação de dados no segmento de saúde cresceu 29,5% em 2021 — o que posiciona o setor como a principal vítima de ataques digitais.

Isso ocorre, principalmente, por causa da sensibilidade das informações e operações realizadas pela saúde. Nos Estados Unidos, dados médicos de pacientes chegam a ser vendidos ilegalmente por cerca de mil dólares (em torno de R$ 5100,00).

Neste artigo, você vai conhecer as principais fraudes em teleconsultas e quais as formas de evitar cair em golpes.

Principais fraudes em teleconsultas

Ao buscar por atendimento médico online, é importante saber que tipo de situação pode acontecer caso você não opte por uma empresa que ofereça credibilidade e segurança. Conhecer algumas das fraudes em teleconsulta mais comuns aplicadas em pacientes é uma forma de ficar atento e evitar ser vítima deles.

  • Fraude de identidade

Com as ocorrências cada vez mais comuns de vazamento de dados, não é incomum que alguém possua informações sensíveis — como nome completo, RG e CPF — de outra pessoa. Dessa forma, é possível agendar e realizar uma consulta se passando por outra pessoa, ou até mesmo oferecer uma consulta médica sem ser, de fato, um profissional da área.

  • Médico não qualificado

Outra fraude comum em teleconsultas é a prática de médicos não qualificados ou não licenciados que oferecem consultas médicas online. Isso pode acontecer quando os pacientes são atraídos por preços mais baixos ou promessas de tratamentos milagrosos, mas acabam sendo atendidos por profissionais sem formação adequada ou sem acesso a informações médicas confiáveis, o que pode levar a erros de diagnóstico e tratamento, além de expor os pacientes a riscos desnecessários.

  • Fraude de reembolso

Mesmo em consultas presenciais, quando se busca atendimento com um especialista que não tem a consulta coberta pelo convênio, é protocolar que o paciente faça o pagamento e solicite o reembolso à operadora. Conhecendo essa forma de funcionamento, certas clínicas agem de má fé e aplicam golpes se aproveitando disso.

A instituição solicita os dados do paciente e se responsabiliza por solicitar o reembolso no lugar da pessoa. Em alguns casos, pode até aumentar o custo da consulta para conseguir receber o valor máximo pago pelo convênio.

A mesma fraude pode ser aplicada por corretores golpistas, que diz ao conveniado que solicitará os reembolsos — e pede um valor superior ao que é cobrado pelo médico, dividindo com a clínica o dinheiro extra recebido.

Isso é feito por meio de um reset das senhas dos clientes, permitindo que o corretor gerencie as contas e faça as solicitações. Esse golpe é nocivo tanto ao paciente quanto às operadoras, que gastam muito mais do que o devido com o reembolso.

Como evitar fraudes em teleconsultas

Segundo uma pesquisa realizada pelo Datafolha a pedido da Mastercard, 44% das empresas da área de saúde não estão preparadas para ataques cibernéticos e 58% já foram alvo de crimes virtuais. Portanto, conhecendo as principais fraudes realizadas se aproveitando da telemedicina, o paciente pode encontrar maneiras de evitar cair em golpes e buscar o melhor atendimento possível em suas consultas online.

Por isso, apenas ficar atento e seguir boas recomendações não é o suficiente para se esquivar desse tipo de fraude. Uma das formas de se prevenir é fazer a análise do dispositivo: checando a geolocalização do computador ou celular, por exemplo, é possível identificar de onde está sendo realizada a transação — seja o agendamento da consulta ou a solicitação de reembolso.

No entanto, o paciente não precisa ficar sozinho nessa. Para garantir segurança de dados e atendimento de qualidade, é importante buscar por empresas renomadas e de credibilidade, conhecidas por profissionais e outros pacientes.

Conclusão

A segurança de dados, mais do que um tema de extrema relevância ética para a medicina, é também, hoje, uma preocupação e obrigação regida por lei. As multas para as empresas que não agem de acordo com a LGPD podem chegar até a R$50 milhões de reais para órgãos públicos e empresas físicas ou virtuais que descumprirem as normas, e é responsabilidade da instituição garantir a proteção das informações sensíveis.

Para evitar dor de cabeça com fraudes, é necessário também que os pacientes se mantenham atentos, contratando serviços de plataformas de telemedicina que ofereçam não apenas a comodidade e praticidade dessa modalidade de atendimento, mas também toda a segurança necessária para esse procedimento.

Fonte: Portal Telemedicina